França tem 150 presos em 2ª noite de protestos por morte de adolescente pela polícia
As autoridades francesas prenderam cerca de 150 pessoas durante a noite desta quarta-feira (28), quando protestos irromperam pela segunda noite após a morte de um adolescente pela polícia.
O presidente francês Emmanuel Macron disse que a violência nos protestos é “absolutamente injustificável”.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, publicou no Twitter que “prefeituras, escolas e delegacias de polícia foram incendiadas ou atacadas” durante uma noite de “violência intolerável”.
A raiva está aumentando na França pela morte do jovem de 17 anos, identificado como Naël, que foi baleado pela polícia durante uma blitz de trânsito na terça-feira no subúrbio parisiense de Nanterre.
O incidente desencadeou protestos violentos em vários subúrbios de Paris na noite de terça-feira, durante os quais 24 policiais ficaram feridos e 40 carros foram incendiados, disseram autoridades francesas.
Antecipando a violência que se estenderia pela segunda noite, 2 mil policiais extras foram mobilizados na tarde de quarta-feira, disseram as autoridades.
Darmanin expressou apoio à polícia e aos bombeiros, dizendo que era “vergonhoso aqueles que não pediram por calma”.
O policial que supostamente atirou no adolescente foi preso preventivamente na terça-feira e será interrogado pelos promotores, informou a promotoria de Nanterre à CNN.
Em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, o procurador de Nanterre disse que o policial agiu ilegalmente e “não foram cumpridas as condições legais para o uso da arma”.
“Explosão de violência”
Nesta quinta-feira, o presidente francês Emmanuel Macron presidiu uma reunião interministerial de gerenciamento de crise sobre o incidente e os protestos subsequentes, segundo o Ministério do Interior.
“Vimos cenas de violência contra as delegacias, mas também escolas, prefeituras, portanto contra instituições e contra a República”, disse Macron a repórteres antes da reunião. “Essas ações são completamente injustificáveis”, acrescentou.
Macron também disse anteriormente que o tiro fatal disparado pelo policial era “injustificável”.
O porta-voz do governo francês, Olivier Véran, condenou a violência contra as instituições na quinta-feira, dizendo à afiliada da CNN BFMTV que os manifestantes “não estavam fazendo justiça a Naël”.
“Esta manhã, algumas crianças não poderão ir à escola porque uma escola foi incendiada e algumas famílias não poderão ir à prefeitura para obter ajuda ou documentos”, disse Véran. “Não foi a República que matou esse jovem.”
Alguns ataques a prédios do governo durante a noite foram realizados “de maneira organizada, quase coordenada”, afirmou Véran.
“Há uma necessidade de uma saída coletiva, e eu preferiria que essa saída tomasse a forma de uma solene marcha de homenagem, em vez de uma explosão de violência dirigida por pessoas cujos motivos às vezes são diferentes de fazer justiça a um jovem cara”, disse Véran.
O porta-voz confirmou que uma marcha foi convocada para a tarde de quinta-feira pela mãe de Naël.
A investigação
Os promotores disseram na quarta-feira que o adolescente estava no carro, um Mercedes AMG, com outras duas pessoas no momento do incidente.
A morte do jovem de 17 anos foi declarada na manhã de terça-feira “na sequência de pelo menos um ferimento à bala” e apesar da intervenção dos médicos de emergência, informou anteriormente a promotoria de Nanterre.
Um passageiro do veículo foi detido e posteriormente liberado, enquanto outro passageiro, que se acredita ter fugido do local, está desaparecido, disse o comunicado.
Uma autópsia e exames adicionais, incluindo um laudo toxicológico, foram ordenados pelo Ministério Público.
O incidente também está sendo investigado pela polícia nacional, disse o ministro do Interior, Darmanin, anteriormente no Twitter.
Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.
versão original